ABAIXO A FALSA EQUIDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NO BRASIL!

O dia  19 de junho é para  lembrarmos da Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. A organização internacional do trabalho, desde 1951, coloca como pauta a necessidade de igualdade de remuneração entre homens e mulheres por trabalho de igual valor, bem como define que a responsabilidade do cuidado das crianças e da família deve ser compartilhada. Hoje é dia de lembrarmos a luta por oportunidades iguais na vida e no trabalho para homens e mulheres.

Para falar de oportunidade na vida, é preciso entender que a responsabilidade do cuidado das crianças e da família, de um modo geral, deve ser compartilhada entre homens e mulheres. É impossível pensar em igualdade de oportunidades se a obrigação do cuidado integral, não só das crianças, como de outros membros da família recai sobre as mulheres somente. E ainda, como oportunizar as mulheres essa equidade, de que tanto se fala hoje, se não se amplia o acesso a creches públicas e as escolas de tempo integral? É preciso pressionar os Poderes Executivo e Legislativo reivindicando a implementação de um programa efetivo de políticas públicas para as mulheres.

E no que diz respeito às oportunidades no trabalho, é necessário que se tenha um enfoque de gênero. Com quem fica a responsabilidade das tarefas domésticas? E o trabalho de casa, quem faz? Continua sendo as mulheres. Infelizmente, segundo dados do relatório de desenvolvimento humano da ONU, as mulheres ainda representam 70% da população mundial que vivem em situação de miséria absoluta, que tem jornada de trabalho, incluindo  o trabalho doméstico, de 13% superior à dos homens, e que recebem 30% a menos do que os homens pelo mesmo trabalho. A igualdade de oportunidades, portanto, é condição essencial para se atingir uma democracia efetiva. Além do que, a nossa permanência no mercado de trabalho é afetada pela falta de investimento em creches e escolas de tempo integral, da falta de compartilhamento das responsabilidades familiares e do cuidado com pessoas dependentes na família. No final, temos, no mínimo, jornada triplicada de trabalho, e uma sobrecarga em vários aspectos da vida cotidiana e pessoal.

Portanto, o dia de hoje não pode ser esquecido. Muitas vezes, os espaços que transitamos diariamente, apresentam a falsa impressão de que todos temos as mesmas oportunidades, os mesmos direitos. No entanto, a equidade real não é implementada, e nem tão pouco se cria oportunidades de empoderamento e de promoção ampla da participação de mulheres. É necessário gritar por uma democracia efetiva neste país, onde homens e mulheres tenham igualdade de oportunidades sociais, econômicas, e políticas! Abaixo a falsa equidade!

Sidinea Pedreira